Morte de casal a mando de advogados em SP foi sob promessa de recompensa milionária e teve uso de arma alugada, diz polícia
Polícia de Piracicaba prende suspeitos de assassinar casal de empresários em São Pedro A execução de um casal de empresários a mando de advogados, em São...

Polícia de Piracicaba prende suspeitos de assassinar casal de empresários em São Pedro A execução de um casal de empresários a mando de advogados, em São Pedro, no interior de São Paulo, em abril deste ano, ocorreu sob promessa de recompensa milionária e com uso de uma arma sem documentação alugada. Sete suspeitos de envolvimento no crime já foram presos. Segundo as investigações, o duplo homicídio foi cometido pelo interesse dos mandantes no patrimônio milionário das vítimas, José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, que eram moradores de Araraquara (SP). As atualizações do caso foram divugadas nesta quinta-feira (17) pela Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba (SP), que prendeu mais três suspeitos, na segunda fase da Operação Jogo Duplo, em São Carlos (SP). 📲 Participe do canal do WhatsApp do g1 Piracicaba Os três novos presos têm 60, 39 e 29 anos e são investigados por fornecer a arma do crime. Dois deles (o mais jovem e o mais velho) são pai e filho e o mais jovem é casado com a sobrinha do homem de 39 anos. Durante cumprimento de quatro mandados de busca, houve a apreensão da pistola. Na primeira fase da operação, já tinham sido detidos o casal de advogados suspeitos de serem os mandantes do crime e dois investigados como executores do casal. Todas as prisões são temporárias. Caminhonete onde vítimas foram encontradas; no destaque, as vítimas Polícia Militar e Reprodução Pagamento milionário pelo crime A Deic apurou que um dos executores do crime receberia um apartamento avaliado entre R$ 400 mil de R$ 500 mil e um carro avaliado em R$ 60 mil. "E seria pago ainda um valor em torno de R$ 1,2 milhão que seria dividido entre os executores, quem alugou a arma e tudo mais. Agora, o que ficaria com quem? Aí eu já não sei te responder", afirmou a delegada Juliana Ricci, da Deic. Aluguel por R$ 50 mil Segundo o delegado William Marchi, conversas em celulares dos investigados provam a negociação para aluguel da arma. "Em razão dessa prisão e da apreensão, todos confirmaram que alugaram a arma para os executores, receberiam por isso R$ 30 mil para um, R$ 10 mil para outro, mais R$ 10 mil para o outro", acrescenta o delegado. A arma é de calibre 9 mm, sem documentos e com parte da numeração apagada. Seu valor de mercado varia entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, segundo Marchi. "E como é que a pessoa tem uma arma que custa R$ 2 mil, R$ 3 mil aluga por R$ 30 mil, e o outro recebe R$ 10 mil, o outro recebe R$ 10 mil, ou seja, R$ 50 mil pelo aluguel de uma arma para praticar um crime? Então, tudo isso ainda será objeto de investigação e confirmação", apontou. Material apreendido durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, em São Carlos, pela Polícia Civil de Piracicaba Polícia Civil de Piracicaba/ Reprodução Desentendimento entre suspeitos Marchi detalhou que, durante o período de investigações, logo após o crime, houve desentendimento entre todos os investigados em razão dos valores dos pagamentos prometidos pela execução do crime. "Os executores não receberam, estavam tomando calote e receberam uma parte. Os executores não receberam, não conseguiam pagar o aluguel da arma como prometido, e houve inclusive um desacerto entre todos eles", relatou. Quebra de sigilo telefônico Quebra de sigilo telefônico foi um dos recursos utilizados pela equipe policial para chegar aos novos presos. "Essas pessoas [novos presos] admitem a participação no fornecimento da arma do crime. Negam o conhecimento que essa arma seria utilizada para a prática de um crime de homicídio, quanto mais de um crime de duplo homicídio. Eles negam ter conhecimento disso, mas admitem que forneceram a arma e que forneceram a arma mediante paga", explicou a delegada. Fernanda Morales Teixeira Barroso e Hércules Praça Barroso, casal de advogados suspeito de serem mandantes do crime Redes Sociais Próximo passo é detalhar funções Agora, a Deic acredita que não há mais suspeitos a serem presos. "Mas eu não fechei a individualização da conduta de cada um [...] Eu consigo dizer que os sete estão envolvidos no crime, principalmente na associação criminosa. Mas individualizar [as condutas] vai ser com os próximos passos. Nós temos 30 dias para isso", explicou Juliana Ricci. Nesta quarta-feira (16), as prisões temporárias dos que já estavam presos foi renovada por mais 30 dias. Já o prazo das novas prisões também é de 30 dias. Polícia Civil de Piracicaba prende mais duas pessoas suspeitas de envolvimento na morte de casal de empresários, em São Pedro Polícia Civil de Piracicaba/ Reprodução Relembre o caso As vítimas eram de Araraquara (SP) e iam para São Pedro para lazer. O crime foi motivado por interesse no patrimônio milionário das vítimas, informou a Polícia Civil. O casal não tinha herdeiros. Os advogados tinham acesso aos bens das vítimas por meio de uma holding. Segundo a polícia, os advogados receberam imóveis das vítimas, avaliados em R$ 12 milhões, ao longo dos anos. A relação entre os quatro começou em 2013, quando as vítimas adquiriram 16 flats em São Carlos (SP), venderam e nunca entregaram. Os advogados passaram a defendê-los nesse processo. As vítimas participaram, inicialmente, da transferência de bens para tentar blindar o patrimônio de credores dos flats. Os advogados falsificaram documentos para enganar as vítimas e se apropriar de valores por custos processuais inexistentes, somando R$ 2,8 milhões, também conforme as investigações. A propriedade de São Pedro em que o casal foi morto já estava em nome dos advogados, como parte da transferência de imóveis. A polícia também prendeu dois homens suspeitos de serem executores do assassinato: Carlos César Lopes de Oliveira, motorista particular e ex-candidato a vereador em São Carlos, e Ednaldo José Vieira. O irmão de Rosana afirmou que Fernanda Barroso, advogada acusada, participou do velório da vítima. Os investigados vão responder por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver. Os defensores dos advogados presos recorreram e afirmam que a decisão que determinou a prisão não tem uma justificativa adequada. Também sustentam que seus clientes colaboraram com a investigação, o que tornou a prisão desnecessária. LEIA MAIS: Casal é achado morto dentro de veículo em chácara na Serra de São Pedro e polícia investiga caso Advogados de casal achado morto em chácara de São Pedro são presos suspeitos de serem mandantes do crime Advogados presos por morte de casal de clientes em SP queriam ficar com patrimônio das vítimas, diz polícia Quem são os advogados suspeitos de mandar matar casal de clientes em SP; prisão foi em condomínio de luxo VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba